quarta-feira, 30 de julho de 2014

Medalhões de Filé ao Molho de Vinagre Balsâmico e Alecrim

A história...

Ao longo do tempo vamos criando uma lista de receitas preferidas. Essa é de longe uma das que mais gostamos e repetimos, tanto pelo sabor, quanto pela facilidade e praticidade em fazê-la.

No início seguíamos a receita original, tal qual o livro Cozinha do Mundo - Itália, mas depois fomos ajustando as quantidades e o tempo de cada etapa ao nosso paladar. Sugiro que você faça o mesmo, por esta razão  não coloquei aqui as quantidades exatas de cada ingrediente, pois você pode ir as ajustando ao seu gosto.

A Receita





  • Dificuldade: Fácil
  • Tempo de preparo: 15 a 20 minutos
  • Serve 2 pessoas

Ingredientes

  • 4 medalhões de filé mignon com a espessura de 2 a três dedos. Quanto mais espesso, mais macia - e mal passada - ficará a carne;
  • 1 xícara de vinagre balsâmico;
  • 1 bom punhado de alecrim fresco picado (nunca use alecrim desidratado);
  • Pimenta do reino moída a gosto:
  • 1/2 ou tablete de caldo de carne dissolvido em uma xícara de água;
  • 2 colheres de sopa cheias de manteiga;
  • Óleo de girassol ou óleo de soja

Preparo

Selando os medalhões de filé:
    1. Esquente a frigideira com um pouco de óleo de girassol ou de soja;
    2. Quando a panela estiver bem quente quente, coloque dois medalhões de filé na panela por cerca de dois minutos (deixa a tampa aberta, senão a carne ficará cozida ao invés de selada);
    3. Vire a carne de lado e deixe selar por mais dois minutos;
    4. Guarde a carne em um local fechado, como o microondas para que ela não esfrie;
    5. Sele o restante dos filés, colocando mais um pouco de óleo na frigideira.
Preparando o molho:
    1. Na mesma panela em que você selou os filés (mantenha o óleo que estava lá), coloque o vinagre balsâmico e o caldo de carne. Vá mexendo até esse caldo ficar com a consistência de um mel ralo.
    2. Adicione a pimenta (a gosto) e o alecrim picado e continue mexendo até o mel ficar com um ponto mais grosso. Este ponto depende apenas do seu paladar.
Montando o prato:
    1. Jogue o caldo sobre os filés;
    2. Monte o prato com um pouco de arroz branco e um ramo de alecrim para dar o toque de chefe ;)
Lembre que você não é obrigado a seguir a receita a risca. Faça uma vez e veja o que lhe agrada e o que não lhe agrada (ponto da carne, ponto do caldo). Com o tempo você vai aprender a fazer do jeito que VOCÊ gosta.

A qualidade do vinagre influencia muito o sabor do prato. Dependendo do vinagre (e da quantidade de caldo de carne) o prato pode ficar mais adocicado (pouco caldo de carne) ou mais ácido (vinagres mais baratos).

domingo, 1 de maio de 2011

Vieiras à Provençal


Encontramos essa receita no livro “Cozinha Francesa, Mais de 100 Receitas Irresistíveis”, uma edição Portuguesa de um livro Francês. A dificuldade já começa por aí. Apesar do excelente trabalho no acabamento, a editora portuguesa não caprichou muito na clareza das explicações. Convenhamos clareza não é lá o forte dos patrícios.

A trabalheira começou na hora de encontrar os ingredientes: “Vieras”. Rodamos toda Porto Alegre em busca das tais vieiras. Uma pesquisa rápida no Google mostrou que vieras são um molusco, o bichinho que vive dentro das conchinhas da Shell. Mercado público, Záffari, peixarias, mercados chiques da Padre Chagas e nada dos tais bichinhos aparecerem. Enfim desistimos das tais vieras.

Pecten maximus - A Vieira

No meio de toda essa busca (que durou quase duas semanas), meu irmão telefonou de Natal nos intimando para encontra-lo em Buenos Aires durante o carnaval. Afinal o que são os 3200 quilômetros entre Natal e Porto Alegre perto dos 840 quilômetros que nos separam da capital dos hermanos?

Viagem topada, planos feitos, carro na estrada. Cortamos o Uruguay até Colônia del Sacramiento, cruzamos o Rio da Prata e daí pra frente foi tango, pesos, casa rosada, portenãs, turistas brasileiros y mucho, mas muchíssimo Portuñol. Na volta almoço em Montevideo, e jantar no restaurante do Hotel-Cassino Conrad em Punta del Este. Muita luz, sedução, e o maior restaurante em que eu estive na vida. Tão grande quanto o meu medo da conta que estava por vir.

Fomos atendidos pelo Maître do lugar que foi de uma simpatia ímpar (simpatia que, segundo ele, não repetiria se fôssemos Argentinos). Depois de todo o bla-bla-blá gastronômico percorro o cardápio e quem encontro por lá? As nossas acossadas vieras!
Não é que o bichinho era bom?! Textura de camarão com gosto de caranguejo e sem aquela trabalheira toda que dá pra comer um caranguejo. 

Prato divino (e conta infernal), partimos com a certeza de que tínhamos que encontrar as tais vieras. Na volta pra casa no final do carnaval, fizemos uma rápida parada no balneário de Punta del Diablo que nos rendeu a indicação de uma peixaria. E sim! Conseguimos as vieras!
Pecten maximus - O troféu trazido do Uruguai
Findada a novela da busca às vieras, começa a novela da preparação. Algumas semanas depois do carnaval, descongelamos as vieras que trouxemos do país vizinho. Apesar da distância e do calor por que passamos, nenhum problema com elas. Os problemas ficaram por conta de um copo, um picador e um prato feitos em pedaços durante a preparação da receita. Para aumentar o drama, na abertura do vinho um acidente com abridor me arranca um talho do dedo.
Depois de uns palavrões que fariam corar as meninas da farrapos, limpo o sangue que jorrou pela cozinha e termino de abrir a bendita garrafa. Era um Vinho Concha Y Toro Reservado Sauvignon Blanc 2009 comprado na fronteira por módicos US$ 7,50. Os enólogos de plantão que me perdoem, mas o aroma suave e levemente cítrico não valeram o naco que foi arrancado.

Vinho aberto, mesa posta, garfo na boca e temos um veredito: Muito bom! O sabor singular das vieras com a crocância do farelo de pão fizeram esse esforço todo valer a pena. O prato foi acompanhado de batatas salteadas (e tome manteiga!).

Além das vieiras, o destaque desse prato fica para o farelo de pão torrado. Um veneno para o coração, mas um alento para a alma. Recomendo manter a receita desse pão sempre a mão para inventar uma combinação com uma receita antiga. Se alguém fizer, me contem que tentamos também.

Vieiras à Provençal

Ingredientes
  • 20 vieras sem casca com 4 cm de espessura cada;
  • Sal e pimenta a gosto;
  • 150 gramas de manteiga;
  • 90g de pão ralado;
  • 5 ramos de salsa picada;
  • Gomos de limão a gosto.
Retire os intestinos das vieras, lave-as e enxugue-as cuidadosamente. Quando terminar de secá-las tempere-as com sal e pimenta a gosto.

Pré-aqueça o forno em baixa temperatura e, enquanto isso, esfarele ou rale um pão.
Agora vem a parte do mal. 

Derreta 100 gramas de manteiga em fogo alto. Reduza o fogo e acrescente o pão ralado mexendo sempre durante cinco ou seis minutos sem queimá-los em excesso. O pão vai absorver toda essa manteiga (não deixe de dar uma corridinha, já que você fará o mesmo ao comer o pão). Desligue o fogo e mantenha o pão aquecido dentro do forno que você deixou pré-aquecido no início da receita.

Voltando à receita, derreta 50 gramas de manteiga em fogo alto em uma frigideira limpa. Reduza para fogo médio e frite as vieras temperadas. Após dois minutos vire-as de lado por cerca de dois minutos. Repita o processo até que elas fiquem douradinhas como as loiras de comercial de cerveja.

Nesse momento misture a salsa ao pão crocante, distribua as vieras em dois pratos, e polvilhe o pãozinho crocante do mal sobre as vieras.

Voilà! As Vieiras à Provençal estão prontas para serem servidas com limões. Elas vão bem acompanhadas com arroz ou batatas saltedas e, claro, um vinho branco.



Estamos na cozinha!

Desejo de aprender a cozinhar, muita perseverança e um paladar ávido por novidades. Se você identifica com isso, junte-se a nós nas nossas aventuras (e por vezes desventuras) culinárias.